O comércio exterior da China brilha com um aumento nas encomendas de Natal antes do previsto.

Faltando mais de um mês para o Natal, as empresas chinesas de comércio exterior já encerraram seu período de maior exportação de suprimentos para as festas de fim de ano, com os pedidos antecipados atingindo níveis recordes — o que reflete a resiliência e a adaptabilidade do "Made in China" em meio às incertezas do mercado global. Dados alfandegários e análises do setor pintam um quadro vívido do robusto desempenho do comércio transfronteiriço da China nos primeiros 10 meses de 2025.

Yiwu, o maior centro mundial de produtos natalinos, serve como um importante indicador. Estatísticas da Alfândega de Hangzhou mostram que as exportações de artigos natalinos da cidade atingiram 5,17 bilhões de yuans (aproximadamente US$ 710 milhões) no ano passado.

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Os primeiros três trimestres registraram um aumento de 22,9% em relação ao ano anterior. O que mais se destaca é a clara antecipação do pico de exportações: julho registrou 1,11 bilhão de yuans em embarques, enquanto agosto atingiu o pico de 1,39 bilhão de yuans — bem antes do período tradicional de pico entre setembro e outubro.

"Começamos a ver produtos natalinos em contêineres de exportação já em abril deste ano", observou um funcionário da alfândega de Yiwu. "Os varejistas estrangeiros estão adotando uma estratégia de 'estoque antecipado' para evitar gargalos logísticos e flutuações de custos, o que impulsionou diretamente o aumento antecipado dos pedidos."

Essa tendência está alinhada com o crescimento geral do comércio exterior da China. Dados da Administração Geral de Alfândegas, divulgados em 7 de novembro, mostram que o total de importações e exportações da China atingiu 37,31 trilhões de yuans nos primeiros 10 meses do ano, um aumento de 3,6% em relação ao ano anterior. As exportações cresceram 6,2%, chegando a 22,12 trilhões de yuans, com produtos de alto valor agregado impulsionando o crescimento. Produtos eletromecânicos, que representam 60,7% do total das exportações, registraram um aumento de 8,7%, enquanto circuitos integrados e peças para veículos de novas energias apresentaram aumentos de 24,7% e 14,3%, respectivamente.

A diversificação de mercado tornou-se outro fator-chave. A América Latina e a União Europeia são os principais mercados de Yiwu para artigos natalinos, com exportações para essas regiões crescendo 17,3% e 45,0% ano a ano nos primeiros três trimestres — representando juntas mais de 60% do total das exportações natalinas da cidade. "O Brasil e outros países da América Latina emergiram como fortes motores de crescimento para nossos negócios", disse Jin Xiaomin, presidente do Zhejiang Kingston Supply Chain Group.

Hong Yong, especialista de um think tank do Fórum China Digital-Real Integration 50, enfatizou que o aumento antecipado nos pedidos de Natal demonstra a resiliência do comércio exterior chinês. "É uma combinação de perspicácia de mercado e capacidades de produção insubstituíveis. As empresas chinesas não estão apenas se expandindo para novos mercados, mas também agregando valor aos produtos, passando de bens de baixo custo para itens com tecnologia de ponta."

As empresas privadas continuam a desempenhar um papel fundamental, contribuindo com 57% do comércio exterior total da China, com um crescimento anual de 7,2%. "A sua flexibilidade permite-lhes responder rapidamente às mudanças do mercado, tanto no setor tradicional de autopeças como no de novas energias", observou Ying Huipeng, líder da indústria de autopeças.

Olhando para o futuro, os especialistas do setor permanecem otimistas. "O comércio exterior da China se beneficiará de sua cadeia industrial completa, mercados diversificados e inovação no comércio digital", afirmou Liu Tao, pesquisador sênior do Instituto de Pesquisa Industrial de Guangkai. Com a estabilização da demanda global, espera-se que a resiliência do selo "Made in China" traga sinais ainda mais positivos para a cadeia de suprimentos global.


Data da publicação: 13/11/2025